Meeple? Hã?

O termo "meeple" se refere a pequenas figurinhas de madeira, que representam personagens, trabalhadores ou qualquer outra função em um jogo de tabuleiro. O termo foi usado pela primeira vez por volta de novembro de 2000, por Alinson Hansel, durante uma partida de Carcassonne. Ele juntou as palavras no inglês: "my" +‎ "people" para designar aquelas figuras de madeira utilizadas no jogo. De lá para cá, o termo foi ganhando abrangência mundial, representando não só as figuras e personagens de madeira, mas outras tantas figuras de jogos de tabuleiro. Fora dos jogos em si, o termo tem sido utilizado largamente pela comunidade de jogadores, como adjetivos para o universo dos jogos de tabuleiro modernos, nossos amados boardgames.

 

Quem sou eu

 

Antes de mais nada, um apaixonado por jogos, especialmente os analógicos, jogados sobre uma mesa, com amigos reunidos e muitas risadas por horas a fio.

Da infância, foram muitas as partidas de roba-montinho, oito maluco, pega varetas, Banco Imobiliário, War, pif-paf ou qualquer outra atividade que me chamassem. Eu tinha o costume de recortar a seção da revista Super Interessante (Super Intrigante), redigida pelo Luiz Dal Monte Neto, que sempre apresentava desafios, puzzles, jogos que se podiam construir em casa e assim fui crescendo cercado pelos jogos.

Na adolescencia e juventude, descobri o antigo Hero Quest e jogamos tudo, até acabarem as campanhas dele. Eu fabricava pequenas peças de mobília para usar nas aventuras inventadas. Desse tempo, dá para perder facilmente a conta de quantos jogos da Estrela ou da Grow passaram pela minha casa. Frequentar lojas de brinquedos era passatempo obrigatório a cada visita a um centro urbano maior que nossas cercanias. Visitar um Shopping? Tanto melhor, pois representava o melhor lugar para se descobrir e adquirir jogos novos.

Já da juventude à fase adulta, um grande hiato se abriu. Os jogos eram os mesmos, as oportunidades para jogar, mais escassas e os amigos mais distantes por conta da vida que segue. Com excessão de RPG ou Magic, pouca coisa aconteceu até bem recentemente.

 

O jogo Catan foi lançado em 1995, por Klaus Teuber e é considerado por muitos, como o precursor dos jogos de tabuleiro modernos, vendendo milhões de cópias no mundo todo (até 2011, eram mais de 18 milhões!). Mas eu só fui conhecê-lo no seu ano de lançamento no Brasil, quando a Grow o trouxe. Então estava lá aquela caixa alaranjada, na prateleira de uma loja de brinquedos (em um shopping, como você deve imaginar.. rsrsrs) e o que mais me chamou a atenção era que o nome do autor estava lá, escrito na caixa. Até aquele momento, jogos eram ou da Estrela ou da Grow. E esse Catan, tinha nome e sobrenome! Mais ainda, no verso dizia que ele tinha ganho vários prêmios internacionais. Como assim? Existe premiação internacional para jogos? Porque ninguém nunca tinha me dito isso?

Comprar aquele jogo foi só o começo. Não tenho noção de quantas partidas joguei ou a quantos amigos o apresentei. A reação sempre foi de imensa surpresa e diversão. Era muito melhor que os Detetives da infância.

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De 1995 a 2013, o mercado mundial passou por uma fantástica revitalização. Aqui no Brasil, apenas algumas editoras ainda pequenas começaram a experimentar trazer um jogo aqui ou ali e as vendas foram aumentando e essas empresas foram crescendo e se fortalecendo no mercado. Só que era algo ainda muito mais de nicho do que é hoje. Esses jogos começaram a princípio, a serem comercializados em lojas especializadas do universo nerd, lugares que eu não frequentava há tempos.  

Minha entrada de vez no hobby, como comprador compulsivo de jogos modernos, se deu em 2014, que para mim, foi o ano da explosão do hobby no Brasil. Lembro de entrar em uma grande livraria (sim, em um shopping!) e ver exposto lá uma dezena de caixas coloridas cheias de imaginação dentro. Não comprei nada naquele dia, mas voltei com uma lista para pesquisar em casa.  

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Então eu descobri que tinha muito mais sobre jogos de tabuleiro do que eu poderia sequer imaginar...