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Opinião: Você compraria um jogo só para agradar um amigo?

  • Foto do escritor: Alex Mendes
    Alex Mendes
  • 8 de mai. de 2017
  • 5 min de leitura

Algo que sempre pensei sobre esse universo é que existem basicamente dois tipos de pessoas: os que compram e colecionam seus jogos e os que compram só uns poucos para jogar. Claro que essa linha é tênue e é muito fácil cruzar os limites. Esses limites não são nem mesmo necessários para definir nosso hobby. Mas achei importante pensar nisso. Porque existe um meio termo aí em que me encontro. Quero ter uma grande coleção, mas quero ter jogos que possam ser jogados e não simplesmente acumulados.


Outro ponto é a diferença que existe entre jogadores e jogadores: existem aqueles que amam compartilhar sua experiência e trabalham incansavelmente para trazerem outros para seu mundo de caixas coloridas e cheias de diversão e existem aqueles totalmente descompromissados: Podemos chamá-los para jogar e eles virão, mas não estão interessados em trazer outros ou mesmo comprar jogos. São jogadores casuais. De novo, limites quase invisíveis aqui entre um polo e outro. Já nesse quesito, me vejo quase que totalmente no primeiro polo. Não só amo jogar, como quero que meus amigos, minha família e até desconhecidos venham jogar também. Não fossem os limites da vida adulta, penso que gostaria de jogar algo todos os dias, ou ao menos, ter grupos de jogos que se reunissem todos os dias. Acho por demais saudável estar à mesa, reunido com pessoas legais.


Todos que entraram no hobby, sabem que pode ser um lugar meio solitário, ao menos no início. Quem vive em uma grande cidade, normalmente só precisa de um pouco de intrepidez para encontrar outros jogadores por milhão de habitantes, participar de alguma convenção ou torneios, até mesmo ir na lojinha geek da esquina e vai esbarrar com outros amantes dos jogos de tabuleiro. Mas quem mora como eu, em cidade com menos de 100 mil habitantes, sabe da tarefa árdua que é encontrar ou formar um grupo. Muitas vezes a saída é trabalhar no 'Spread the word' (espalhe a palavra), sendo você mesmo o facilitador para introduzir outros aos tabuleiros.


Há uns dois meses atrás, li um excelente artigo sobre uma ludoteca básica. O artigo era sobre Puerto Rico e a ideia do canal "E aí, tem jogo?" era criar várias matérias sobre jogos fundamentais de se ter na coleção. A partir daquele texto, fiquei meditando sobre o hobby de comprar/colecionar jogos de tabuleiro, especialmente os modernos. Creio que gostei muito da proposta do canal, porque basicamente sou uma pessoa assim. Quando penso em adquirir um jogo, claro que olho meu gosto pessoal primeiro, mas o segundo pensamento será sobre a quem eu gostaria de apresentar esse jogo. Dito isso, quero fazer a seguinte pergunta:


Você compraria um jogo só para agradar um amigo?


Imagine (ou não, caso seja sua realidade) que você está no trabalho incansável de procurar novos e potenciais jogadores, de formar um grupo para jogar uma vez por semana, de apresentar o jogo para mais pessoas. Você compraria um jogo, mesmo fora do seu gosto pessoal, só para que outros pudessem experimentar esse nosso universo?

Quão longe você iria para tornar atraente o hobby, para aquele amigo(a) especial e trazê-lo(a) para a mesa?


Em outro artigo, falei da experiência de conhecer e jogar The Resistance: Avalon. Um party game para até 10 jogadores. O engraçado é que nunca fui muito fã de jogos festivos. Lembro de jogar vários na juventude, via Grow/Estrela, mas não eram nem de longe, meus preferidos. Mas acabei comprando Avalon pensando em apresentar o jogo para atrair pessoas para meu mundo. No caso do Avalon, foi uma grata surpresa até para mim, porque gostei da experiência e realmente creio que valeu a aquisição. Não vejo a hora de conseguir jogá-lo com novas pessoas. Atualmente moro em um condomínio fechado, onde vivem cerca de 800 famílias. Estou sempre ensaiando organizar uma tarde de jogos de tabuleiro na área social, para ver se consigo realmente começar algo fixo e ter com quem jogar. Nesse contexto, Avalon seria seguramente uma excelente opção para um evento como esse. Até pensei que deveria ampliar essa opção, adquirindo Dixit ou Codenames, mesmo não gostando deles. E volta a pergunta: para começar um grupo, valeria a compra?


Que tal comprar um party game?

Se seu amigo for um fã de The Walking Dead ou Resident Evil. Você compraria um Zombicide só para convidá-lo para uma jogatina? E se ele não gostar do jogo? Detalhe: eu mesmo detesto o tema. De todos os monstros do imaginário popular, acho os zumbis os menos interessantes. Até múmias são mais divertidas que zumbis!

Daí você tem um amigo fanático por futebol ou fórmula 1. Como encontrar um meio termo entre sua coleção e seu gosto particular? Será que é possível encontrar jogos tão atrativos para esse amigo e ao mesmo tempo, que te façam ir à mesa com ele? Alguns jogos, têm temas bem particulares e podem ser boas opções, mesmo que você não seja grande fã. Não somente os jogos de zumbi entram aqui, mas existem vários títulos baseados em uma série de TV ou filme e pode ser que seu amigo tenha sua curiosidade despertada por um desses... Daí a pergunta inversa: E se EU não gostar do jogo? Deverei mantê-lo na coleção só para ter esse meu amigo nas jogatinas?


Jogos temáticos.

Os jogadores da escola europeia de jogos, quase sempre desconsideram jogos com muita sorte envolvida. Mas gosto de pensar que qualquer coleção básica deveria ter algumas opções de jogos dependentes de rolagens de dados. Gente que nunca jogou um tabuleiro moderno, acha que todos os jogos são "tipo War" ou "Banco Imobiliário". Creio que o segredo possa ser combinar as duas coisas, levando jogos que sejam estratégicos, ainda que a sorte exista. Tenho comigo, salvo o gosto pessoal, que jogos como Stone Age, The Castles of Burgundy, Quantum, As Viagens de Marco Polo, Eclipse e claro, Catan podem ser jogos excelentes para essa ponte, sem deixar de agradar os envolvidos.


Jogos com sorte? Existem muitos.

Todo mundo tem aqueles amigos que amam um carteado. Sabe-se lá o porquê, administrar uma mão cheia de escolhas faz pessoas passarem horas e horas em jogos tradicionais como buraco, poker, tranca ou truco. De uma forma que vale um estudo aprofundado, jogar cartas em especial, atrai bastante ao pessoal da melhor idade. Creio que tabuleiros cheios de cubos para serem administrados, opções diversas e muito AP podem ser desestimulantes para muitas pessoas, mas em contra-partida, cartas podem oferecer menor resistência. Quais seriam as opções para se ter em mãos para fazer o seu amigo(a) sair do básico e experimentar algo novo? Que tal as opções 7 Woders, Dominion, Bohnanza, Sushi Go ou Matryoshka? Toparia?


Cartas? Muitos gostam de um bom carteado.

Existem tantas opções quantos são os gostos dos envolvidos. Longe de mim dizer a cada um o que comprar, ou mesmo tentar formar uma lista de Ludoteca Básica (embora ache extremamente válidas as diversas que já encontrei), mas no desejo de ter mais pessoas ao redor da mesa, já descobri que ter alguma coisa representativa das principais categorias, tem se mostrado mais benéfico do que eu mesmo imaginava. O exemplo do Avalon é verdadeiro. Acho que todos aqueles que gostam de ensinar jogos, de transmitir sua paixão, de buscar alargar os horizontes das mesas e tabuleiros, precisam basicamente três coisas bem abertas: a mente, o coração e o bolso! Uns Reais a menos e uns jogos extras na estante podem garantir mais jogatinas e diversão do que simplesmente ter um mundo muito exclusivo e de portões fechados.


Então, você compraria um jogo só para atrair mais pessoas para o hobby?


Até a próxima, Comunidade!

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